Jóias em vidro

Hoje vamos nos concentrar em anéis de vidro e pulseiras.

Durante os primeiros nove anos do Projeto de Peneiragem, aproximadamente 1800 fragmentos de braceletes de vidro e cerca de 150 fragmentos de anéis de vidro foram recuperados e catalogados (temos, desde então, encontrado muitos mais, mas eles estão esperando para ser oficialmente contados e adicionados ao banco de dados.)

Pulseiras de vidro circular, os chamados “braceletes” são comuns em Israel desde o final dos tempos romanos até hoje. Estas pulseiras de baixo custo foram o tipo mais comum de jóias de vidro durante o período do Levante no Oriente Médio. Embora a maioria destes fragmentos de pulseira sejam coloridos, que eram populares durante os períodos Islâmicos (especialmente Mameluco e Otomano), a coleção inclui também alguns braceletes monocromáticos escuros, datados dos períodos anterior romano e posterior bizantino. A variedade de diâmetros das pulseiras indica que estes ornamentos baratos eram populares entre crianças, bem como adultos. Anéis de vidro, alguns combinando com os estilos das pulseira de vidro (como o terceiro bracelete da direita), não eram tão variados ou tão populares como as pulseiras.

Fragmentos de variadas pulseiras de vidro encontrados pelo Projeto de Peneiragem

Fragmentos de variadas pulseiras de vidro encontrados pelo Projeto de Peneiragem

Pulseiras de vidro

Os braceletes de vidro apareceram primeiro no Egito durante o 2º milênio aC. Eles se tornaram mais populares na Europa durante os últimos séculos do primeiro milênio aC, mas não se tornaram comuns até o Levante no século III dC. Eles foram muito populares durante os períodos islâmicos, quando os braceletes de cores vivas substituíram os mais antigos, principalmente de cor escura. Durante os períodos islâmicos posteriores, as cidades de Tyrus, Hebron, Alepo, Acre, Sidon, Raqqa, Cairo, Alexandria e Damasco eram famosos centros de produção de vidro, e, Hebron era especialmente famosa pelos seus braceletes de vidro, nos séculos XVI ao XIX. As pulseiras de Hebron continuaram a ser produzidas lá e vendidas em Jerusalém no século XX.

Fragmentos de variadas pulseiras de vidro encontrados pelo Projeto de Peneiragem

Fragmentos de variadas pulseiras de vidro encontrados pelo Projeto de Peneiragem

Anéis de dedo de vidro

Os anéis de vidro começaram a aparecer em Israel no período romano tardio, quase ao mesmo tempo que os braceletes de vidro. Seus tipos não eram tão variados quanto os dos braceletes, nem eram tão populares, mas os tamanhos indicam que muitos eram usados por crianças. Os anéis são na maioria das vezes monocromáticos, mas os da Era Islâmica são multicoloridos, com manchas coloridas e “trilhas” que criam anéis correspondentes às pulseiras. Um tipo popular encontrado no Monte do Templo eram simples fitas de apenas uma cor, decoradas com uma “jóia” de vidro contrastante, adicionada à costura. Outros eram monocromáticos com um detalhe em formato achatado e oval. Anéis de vidro foram produzidos em Hebron durante a maioria dos períodos e continuaram no século XIX.

Muito poucos anéis de vidro foram encontrados em sítios em Israel. Maud Spaer (ver abaixo) só escreveu uma tipologia para pulseiras de vidro, não para anéis de vidro. Consequentemente, a datação de muitos de nossos anéis é baseada em tipos correspondentes de pulseiras, dando-se aos anéis a mesma data das pulseiras. Por exemplo, o anel na extrema direita corresponde ao 3º bracelete da direita – base turquesa com emendas em branco-amarelo-laranja-preto-listrado.

Para saber mais sobre o tema:

Maud Spaer, “The Pre-Islamic Glass Bracelets of Palestine,” Journal of Glass Studies, Vol. 30 (1988), pp. 51‒61; “The Islamic Glass Bracelets of Palestine: Preliminary Findings,” JGS, Vol. 34 (1992), pp. 44‒62.

Margreet L. Steiner, “An Analysis of the Islamic Glass Bracelets Found at Tell Abu Sarbut,” in M. Steiner and E. van der Steen, Sacred and Sweet: Studies in the Material Culture of Tell Deir ’Alla and Tell Abu Sarbut (Leuven: Peeters, 2008), pp. 231-239.

Maud Spaer, “Bracelets and Other Jewelry,” Ancient Glass in the Israel Museum: Beads and Other Small Objects (Jerusalem: The Israel Museum, 2001), pp. 193‒210, Pls. 33‒37.

 

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